O projeto A Casa de Jajja trabalha as relações entre afeto e arquitetura como prática emancipadora, e nasceu de uma pesquisa desenvolvida como trabalho de graduação de Mariana Montag na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O afeto surgiu através do envolvimento no Projeto Escola em Uganda, em Kikajjo, vilarejo rural em Uganda, leste Africano. Lá Mariana conheceu a Jajja Imaculate, uma senhora de 75 anos de muita força e fé, avó de Rose e Gift. Juntas, desenharam e discutiram sobre como seria uma casa, uma casa cuja arquitetura não serve apenas de moradia para Jajja, mas é também uma prática emancipadora que questiona os papéis de gênero, onde o processo de construção será feito através de oficinas de capacitação para mulheres.
Assim como Jajja, as mulheres do vilarejo de Kikajjo cuidam de todos e todas, mas mulheres fortes também precisam ser cuidadas e voltarem a seus lares interiores. As vozes femininas do vilarejo rural de Kikkajo não são as únicas que não estão sendo escutadas, as mulheres rurais estão por todos os cantos do mundo trabalhando como força humana fundamental para sustentar nosso sistema.
O projeto da Casa de Jajja incia-se com o protótipo em Kikajjo, mas tem a possibilidade e intenção de se replicar para as mulheres e seus lares pelo mundo.
Os valores do projeto são:
ACADEMIA X REALIDADE
O projeto propõe que a academia ultrapasse os limites teóricos e especulativos para a prática. O projeto de graduação desenvolvido é uma resposta a uma demanda e uma cliente real, possibilitando a ponte entre academia e realidade, um estúdio de projeto com a responsabilidade do acerto para viabilização.
MORADIA E GÊNERO
O lar sempre foi visto e delegado sob os cuidados das mulheres, principalmente nas zonas rurais. No entanto, o planejamento e construção foram delegados aos homens. A criação da casa foi desenvolvida em colaboração com a usuária, a Jajja, e a pesquisa feita através da perspectiva de gênero. A viabilização do projeto – o processo construtivo – questionam os papéis de gênero através construção.
ARQUITETURA PRODUTO X ARQUITETURA PROCESSO
A Casa vista como um produto pode beneficiar uma família, mas e se a casa e todo o processo de concepção fosse abordada como um processo? Enxergamos a arquitetura como facilitador de trocas e intensificadora de relações. A casa será uma escola de capacitação em construção para mulheres, beneficiando outras pessoas durante o processo.
REPLICABILIDADE E ESCALABILIDADE
O primeiro protótipo é a Casa de Jajja, no entanto o sistema construtivo permite flexibilidade e que possa ser replicado e reinterpretado em outras zonas rurais do mundo de zonas climáticas semelhantes. O projeto ainda visa a sustentabilidade e escalabilidade, de modo que as mulheres envolvidas possam dar continuidade gerando uma cooperativa e rentabilizando o processo.
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